Wednesday, February 22, 2006

NOITE DE VERÃO

Era morna e suave.
O vento soprava as almas que passavam...
Levava embora qualquer vestígio de realidade.
E aquele rosto tão conhecido e tão misterioso
Fazia a alma gemer de prazer e deleite
Era mais do que carne ou pele.
Mais do que qualquer sensação terrena.
Fictício, fantasia, sonho...
Até o último instante ela pensou que uma hora acordaria
E perceberia todo aquele calor se esvair no espaço
Flutuar e se apagar.
Como as palavras
Mas naquela noite não foram as palavras que se pronunciaram
Não foi somente o toque, o íntimo.
E foi tão forte que o instante seguinte passou a não ter
significado algum.
Agora ela ri do amanhã, ela acha graça do próximo olhar.
Porque nada importa
Porque seu espírito voou
Porque ela flutuou no espaço, fechou os olhos e dormiu.
E, mesmo sendo ótimo para ele ouvir tais segredos,
Ela não falou
Ele não ouviu
Mas sentiu no fundo de sua alma, mesmo que por um instante
(E disso ela teve certeza)
Que a felicidade existe
Mais perto do que se imagina.

03:23 14/12/99

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