Saturday, September 15, 2007

Ellen


Cara,


E de repente veio essa necessidade de escrever algo pra você. Especialmente pra você.
Pensei em mandar por email, mas não seria tão especial assim...
Não que postar uma mensagem num blog raramente visto torne as coisas mais especiais.... ou que o local de postagem torne as palavras mais especiais.... já que são igualmente virtuais.
O fato é que voltei a escrever e tem que ser pra você. Especialmente.

Esse tempo que você esteve aqui foi tão bom. Tão certo. Tão definitivo. Acho que esse foi meu erro: acreditar no definitivo.

Acreditei demais no definitivo do tempo, da nossa amizade, do sentimento. Faltou semeio.

Acreditei que estar lá seria o bastante pra ficar bem, pra ficar contente.

Vai ver é por causa da distância... durante aqueles anos, eu ficava bem por saber que nossa amizade estava viva mesmo com pouco contato, com poucas palavras.

E então, você veio. E agi como se ainda estivesse lá.

Porque estava certo. Estava pronto.

Não consigo pensar em você sem ter vontade de chorar e está doendo ainda.

Dói não ter resposta pra algumas perguntas como:

“E aquele sábado, por que não fui?”

“E aquela quarta? Por que não apareci de surpresa, só pra dar um oi?”

Esse tempo tem me deixado cada vez com mais perguntas.

Cada vez mais me questiono onde estou nessa vida toda, em todas essas atividades e deveres e rotina. Onde estou?

Nessa necessidade de construir uma estória, nessa constante carência. Nesse insolúvel desejo de ter um sorriso espontâneo no rosto, como ao concluir um longo projeto ou ver um jardim pronto, após meses de árduo semeio.

Ellen, sempre te semeei. Com a água, os desenhos, as risadas e as palavras.

E sua partida me doeu tanto.

Como quando alguém morre.

Fiquei com aquela dor da consciência de que não se disse tudo, de que os abraços poderiam ter sido outros, de que as palavras poderiam ter dito mais.

Talvez agora você entenda o que já tentei explicar.

Cara, eu queria mesmo que você estivesse ainda perto. Queria mesmo poder tomar aquela cerveja ou ir àquele show de blues que não fomos. Queria te apresentar aquele lugar que não te levei. Queria tantas coisas que jurei que faria quando você estivesse aqui, porque todas as vezes que estive nestes lugares, te via junto, sorrindo aquele sorriso de “Ah... isso é bom demais...”.

Mas dizer isso tudo é ainda pior. Esse papo é clichê demais pra ser um texto especial.

Então te peço pra me desculpar, simplesmente. E me esperar.

Porque essa vida só me ensina, a cada passo errante que dou.

E na próxima vez que nos encontrarmos, vou sorrir um sorriso tão aliviado... não vejo a hora.

Te quiero, nena.

Não foi nada especial esse texto. Faz tempo que não escrevo... estou sem adjetivos e verbos e construções frasais decentes.

Tuesday, April 17, 2007

Inspiration

That's someone who really makes me laugh. And believe in fantasy. In life.

Monday, April 09, 2007

Quer saber?

Quer saber?
Vou te contar...
Vou te contar que fico em silêncio quando é meu coração quem fala
Todo medroso, todo frágil...
Vou te contar que tudo aquilo que se vê
É verdadeiro
Mas esconde em bloqueios e frieza
Uma vontade de paz, de calma, aconchego.
Coisas do coração...
Te conto também que é cada vez melhor
E quanto melhor fica, menos tenho vontade de usar palavras
naqueles momentos que só a gente sabe.
Porque prefiro dar voz às sensações, ao olhar
Eles dizem tanto!
E fico assim, quieta, me escutando
Tentando tirar de cena meus receios.

Ouve meu silêncio...
Ele é tradução dos meus poucos momentos de serenidade.

Saturday, March 03, 2007

O MITO DA MAÇÃ DA DISCÓRDIA


O MITO DA MAÇÃ DA DISCÓRDIA




Parece que Zeus estava a preparar um banquete de casamento para Peleus e Thetis e não queria convidar Éris devido à sua reputação de desordeira.*

Tal situação deixou Éris fodida e foi então que Ela fez a tal mação de ouro puro** e inscreveu nela: - KALLISTI ("Para A Mais Bela").

No dia da festa Ela colocou-a na sala do banquete. Saiu calmamente e quando estava só, foi comer calmamente um cachorro quente. Três das deusas convidadas***; Atenas, Hera e Afrodite, reclamaram de imediato e em separado, a maçã (devido à inscrição, claro).

E começaram a porrada. Grande alvoroço...

Finalmente Zeus acalmou as coisas e declarou que um árbitro devia ser escolhido, o que foi considerado uma sugestão razoável, todas concordaram. Ele sugeriu, portanto, que um pastor de Tróia, cujo nome era Páris (porque a mãe tinha um montão de atrativos e se casara com um Francês).

Foi então que, cada uma das manhosas deusas tentou ser mais esperta que as outras indo falar antes com Páris oferecendo-lhe um subornozinho.

Atenas ofereceu-lhe Vitórias Heróicas na Guerra, Hera ofereceu-lhe uma Enorme Fortuna, e Afrodite, a Mulher Mais Bela da Terra. Sendo um jovem, Páris apressou-se a aceitar o suborno de Afrodite, ganhando ela a maçã. Ele ganhou uma bomba.

Como ela prometera, manipulou os acontecimentos terrestres de forma que Páris pudesse ter Helena (a tal Helena que então vivia com seu marido Menelau, Rei de Esparta). Todos sabem que, após isto, se seguiu a Guerra de Tróia. Esparta quis a sua rainha de volta... e o que se diz é que a Guerra de Tróia foi A Primeira Guerra entre os homens (claro que a verdade anda longe como tudo, aliás).

Por isso - por esta história - sofremos todos o Snobismo Original (uma espécie de pecado original dos cristãos). E por isso, também, um Discordiano Não deve comer Pãezinhos de Cachorro Quente.

Acreditas nisso?


* Chamamos-lhe A DOUTRINA DO SNOBISMO ORIGINAL

** Há aqui uma discordância histórica, não sabemos se a maçã era de ouro metálico ou acapulco.

*** Na verdade havia 5 deusas, mas os gregos ainda não conheciam a Lei dos Cincos



Lembre-se: o Sol brilha de dia porque, sendo uma mulher, tem medo de se aventurar à noite.

Friday, March 02, 2007

Vamo vivê!!!

Puta semana maravilhosa. Fui realmente presenteada, um presente de aniversário que pode valer por tantos aniversários quanto forem necessários pra que eu cumpra minha trajetória nesse planetinha.
Que bom que meu coração, no final das contas, acaba vencendo meus pensamentos pré-concebidos. Que bom que a razão, no final das contas, só serve mesmo pra justificar em palavras ou conceitos, a emoção que vem. Assim. Simplesmente.

Que bom que tudo foi assim.

E que bom que meus zeros e meus uns são bacanões assim!

Monday, February 05, 2007

meu silêncio

Tenho preguiça de falar.
Tenho preguiça de explicar coisas que nem mesmo sei.
Tenho preguiça de explicar que não sei.
E gostaria que meu silêncio falasse por si só.
Gostaria que mostrasse minha fragilidade.
Mostrasse como me sinto e como ainda não tenho as respostas que tanto busco.
Gostaria que o silêncio preenchesse, ao invés de criar o tão conhecido incômodo imposto pela falta de palavras.
Paradoxo desconsertante, já que me incomodo tanto com o silêncio do mundo.

Friday, January 19, 2007

Henry James

"Descobri que há um mundo a conhecer, uma vida para levar, homens e mulheres com quem formar milhares de relações. Tudo está ali como um grande mar encapelado, onde é preciso saltar, mergulhar, sentir a brisa e pitar as ondas. Mas permaneço aqui, trêmulo, na margem, olhando, ansiando, perscrutando, encantado com o cheiro do sal e, mesmo assim, com medo da água. O mundo acena, sorri e chama, mas uma influência inominada do passado, à qual sou incapaz de obedecer ou resistir de todo, parece impedir-me de ir adiante [...]"

Thursday, January 18, 2007

Curvas

Curvas

O que sinto é curvo.
Como em câmera lenta.
O piscar de olhos é lento e todo o corpo se movimenta suave e delicadamente.
Ao fundo, a música se confunde ao ritmo do que se sente e não se sabe mais se é ela ou o olhar quem determina o tempo.
Ambos se fundem.
As palavras...as palavras são poucas, já que a luz é escassa.
As mãos tocam o corpo e são suaves, delicadas.
É amor.
Sou capaz de amar.
Já amei momentos. Já quis momentos de amor.
Agora quero o fluxo, quero um fluxo contínuo e crescente.
Quero o olhar pesado e o sorriso lento.
Sorriso lento de certeza. Aquele que sabe, que sente.
Sorriso lento. Que vem diretamente do coração.
Sem pressa.
Mesmo que seja madrugada e que o sol apareça em breve.
O sono chegando com a alvorada.
Quero o sono tranqüilo de amor.

13/01/2007

Wednesday, January 10, 2007

... e seguindo

Aqui da janela dá pra ver o céu.

Começo de ano me sentindo tão diferente... muita coisa acontecendo (aqui dentro) e eu pensando em tudo o que vejo.
Continuo pensando muito. Penso mais do que falo. Falo mais do que faço.
Mas isso está mudando...
Meus últimos dias de 2006 foram deliciosos...
Encerraram um cíclo, cumprindo seu papel.
E novos momentos me aguardam, lá na frente, de braços abertos, sorrindo pra mim.
Fluxos diferentes. Pessoas diferentes. Lugares.
Comecei o ano dando mais espaço pra mim. Assim, naturalmente.
E, de cara, resolvi pegar o elevador, ao invés de subir só mais um degrau.
Agora rezo para Nossa Senhora do Atlas Schindler.