Saturday, January 29, 2005

que merda é essa?

Bom, eu ainda tô fuçando em tudo, descobrindo todas as incríveis possibilidades e inúmeras vantagens de se ter um blog.
Eu li numa matéria, um dia, que o cara que inventou o blog ficou louco. Tinha uma foto dele. O cara é cabeludo, barbudo e um crânio. Cansou dessa vida mundana e se refugiou no meio do mato, sabe-se lá onde porque não quis deixar o endereço. Vai ver que, num surto de questionamentos existenciais, percebeu que é muito melhor falar consigo mesmo.
A maioria dos "crânios" tem problemas de cunho emocional e psicológico: não é preconceito, mas essa galera extremamente inteligente é muito esquisita mesmo: a esposa do Einstein tinha que colocar a comida dele no pé da porta. Ele abria rápido pra pegar a quentinha e se trancava de novo, ficando assim por semanas. Sozinho. Quieto. Pensando.
Enfim, estou tentando descobrir que porra o cara tinha na cabeça quando inventou isso. Tá, estamos na era da comunicação e tal. As pessoas se escondem por trás de telas de computador pra mascarar seus medos e inseguranças e tal. Esse blá blá blá que a gente (?) conhece.
Ali, aquela interrogação, é a pulga atrás da minha orelha.
A dúvida (na verdade tô é desconfiada): do fundo do meu coração, não acredito que alguém vá ler esse texto. Talvez meu amigo Vini, o responsável por essa minha nova empreitada. O incitador. O cara!
Por que que eu escrevi " a gente" e não simplesmente "eu" ?
Parece mesmo que tô escrevendo pros outros. Dá uma sensação de coisa pública. (contextualmente é óbvio, mas estou falando de sensações).
Ninguém é dono de nada e agora não sou dona nem dos meus pensamentos.
Mas ainda acho que ninguém vai ler. Acho que vai ser um diário daqueles que eu tinha com cadeado e nem tinha segredo nenhum, mas vivia trancado. E a chave escondida. E eu entrava em pânico quando meu irmão pegava. Eu ficava pensando e pensando, tentando inventar algum segredo pra poder esconder no meu diário. Eu não tinha nenhum.
Mas enfim, como o cara do blog ficou (mais) louco de tanto pensar nisso e chegou à fantástica conclusão de que é melhor falar pra dentro, pego carona nessa idéia e falo aqui, pra mim.

querido diário...