Monday, June 22, 2009

Carta a um amigo radical

Qual é o problema com o trabalho? Porque esta luta tão ferrenha? Paga-se um preço por todas as escolhas. Todas têm seu preço.
E o preço que você paga pela sua não é menos amargo do que aquele pago pelo trabalhador.
Sua escolha é respeitada. Você vive à sua maneira, da forma que lhe convém, à maneira que sua verdade define como correta.
Mas como é possível ser "artista", "livre" com todo esse preconceito no peito?
Como levantar a bandeira da anarquia sem respeitar seu irmão, que anda por outro caminho, um que ele considera correto?
Como gritar por liberdade, se você vive em amarras, em crenças inflexíveis que não te permitem aceitar as diferenças?
Como, anarquista que diz ser, você não usa as palavras TOLERÂNCIA, PERDÃO, ACEITAÇÃO, FRATERNIDADE em seu vocabulário?
Você me deixa triste.
Consigo com muita facilidade transitar por entre mundos e mundos, entendendo, me apaixonando, avaliando, interagindo com universos diferentes do meu. E de repente, me vejo cobrada, ridicularizada, repudiada por minhas escolhas.
Isso é triste, é pequeno, é dilacerante, é castrador.
É triste que "artistas" sejam tão cárceres de si mesmos.
Eu, como "proletária" que sou, uso a arte em seu estado mais puro. Na interpretação subjetiva dos espaços que vejo, nas músicas que apresento e difundo entre aqueles que amo, nos textos que escrevo às três da manhã que falam sobre minhas sensações e interações com o mundo, sem pretenções. No amor, no sorriso, no verbo doce, na entrega.
Isso pra mim é arte, isso pra mim é livre.
E meu trabalho me possibilita caminhar por mundos, mares, lugares, fazer planos, levar comigo aqueles que amo, AJUDAR aqueles cujo potencial é latente e o desejo genuíno.
Já me enganei bastante, mas não me canso de olhar a vida com delicadeza de artista, leveza no olhar e força de caráter.

Um dia um amigo me disse:
"A good way of enjoying life as in an adventure trip is:
To have a dinamic, interesting, none routine, challenging professional life”

That’s my life. Looking for pleasure and excitement in everything I do. Aware of my choice’s limitations. But still delighted will all possibilities I am offering myself.

Saturday, June 13, 2009

Banho de água fria... quer mais o quê?

Ir à praia no inverno é assim... nada óbvio. Nada de biquini e marquinha sexy. Nada de pele grudenta de óleo, queimadura ou desfile de gatas malhadas.



O lance é esse aqui... silêncio, frio e chuva. Passarinhos encolhidos (e ainda cantarolantes), montanha escondida (e ainda com sua forte e intensa presença) e o mar... e as ondas ... e o barulho ininterrupto que fazem que não cansa, não cansa.



Nesse contexto, combinam os livros, a rede, a boa companhia e o descanso. Dormir bastante. Vinhos, queijos, música. Combinam a calma, a dúvida: "E agora? O que fazer?"



Nada... agora é hora de fazer nada e desfrutar com alegria como é que se faz isso.