Tuesday, September 12, 2006

Música com abraços

Quis escrever umas palavras pra você.
Aqui em casa, hoje. Ouvindo alguns dos sons, que a mim você presenteou.
O fato é que você me presenteou com outras coisas, bem mais valiosas.
Músicas são fios, linhas, sopros flutuantes no universo. Que um artista sensível conseguiu captar e trazer compreensível aos nossos ouvidos.
Seu presente pra mim foi ter traduzido de seu universo, formas e composições vibrantes e verdadeiras.
Ouvi seu mundo, muito atenta. E tais formas, tais composições, me fizeram muito bem.
Pois renovaram, em mim, pensamentos e idéias. Sentimentos e desejos. Me abriram os olhos, me tiraram amarras que eu mesmo havia criado. Me expuseram a fatos antes muito bem mascarados por meu inteligente, cruel e pessoal congelamento.
Espero ter te presenteado com um mínimo de alguma coisa também. Seja lá o que for. Pois um dia é possível que a carne macia não faça mais sentido ou não encontre mais espaço num mundo modificado por contextos e outros encaixes.
E é justamente isso que me move a viver minhas estórias.
Um dia, dois ou quatro.
Estórias suficientemente intensas para que sejam guardadas em meu coração com muito cuidado e carinho.
Pessoas com estrelas no ventre que passam a fazer parte da minha vida, injetando em mim porções de beleza, força e verdade.
Como um abraço sincero.
Pra sempre.

Meus abraços foram todos sinceros.


11/09/2006

Que seja...


Hoje percebi a solidão...
Uma sensação exata. Fria.
Não é sofrimento. Não é tristeza.
É só a casa vazia, eu, a música.


Sei que passa.
Que passe, então. Mas que, ao menos, eu não me acostume.
Que eu não substitua o calor por minhas idiossincrasias.
O sorriso compartilhado por minhas estórias inventadas e armazenadas em palavras, pedaços de papel.
Sim, que meu mundo continue sendo meu, meu jeito, minhas estrelas brilhando em meu peito.
Que a alegria me acompanhe fácil, suave e constante.
Mas que eu seja solta. Seja leve e aberta ao que se passa lá fora.
Pois lá fora ainda há boas almas (incrível!).
E as diferenças são necessárias para que meu espírito aprenda e evolua.
E a mágica dos encontros inesperados ainda se apresenta em meu caminho.
Que eu ame. Que eu grite. Que de mim continue brotando apenas verdade. Minhas verdades.
Mas que nasça em mim o ímpeto para compartilhar.
O desejo de aceitar e doar flores.
E, por hora, que meu sono continue tranqüilo.



11/09/2006