Friday, February 12, 2010

A menina

A menina anda pelas ruas, sozinha.
A menina tem muitos amigos, mas se sente só.
Clichê.
A menina não gosta de seu corpo e sabe que é perfeita, com todos os seus nervos à flor da pele.
Ela não vibra mais como antes.
A menina quer canção.
Dança.
A menina volta para casa sozinha, sem dar atenção aos olhares interessados.
Ela não tem coragem.
Timidez.
Ela pensa que são superficiais os olhares interessados.
Vazio.
A menina se sente sozinha e adora a solidão da sua casa.
Mentira.
A menina quer amar.
Entrega.
A menina quer um encontro com velas e carinho.
Ela sonha com o amor.
De verdade.

Mas é carnaval.
Ela anda confusa e cansada, por entre os gritos estridentes e sorrisos largos e movimentos intensos de vida ao seu redor.
Poderia se lançar?
Poderia brincar de faz-de-conta e lançar superficiais olhares interessados àqueles que chamam sua atenção.
Poderia não pensar.
Mas ela pensa e lembra que queria o poder em suas mãos.
Ego.
Ela desejou ter o poder em suas mãos para poder desfazer-se dele. Brincar.
A menina é insegura e precisa de poder em suas mãos para se sentir forte.
Ela abusa de quem a oferta com tal poder.
E sozinha, sem poder e sem ação, ela deixa de fantasiar.
Realidade.
Volta sozinha para sua casa.
A realidade a corta ao meio.
Ela percebe que não é.
Ela não é.
E assim, deixa a vida passar.

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