Friday, December 11, 2009

Venha

Essa tua tentativa de encontrar em mim aquele tempo em que o tempo parava e as palavras não eram necessárias, já se foi.
O tempo se foi, aquele quando minha carne era dura e meu corpo te envolvia e fazia tudo acontecer sem um mínimo de esforço teu.
Quando minha boca te sorria um sorriso forçado, quase que desesperado, e você fingia não perceber.
Foi-se o tempo em que eu fingia não saber.
Vou arrancar tua essência do teu peito.
Te fazer sangrar essa verdade fraca que compõe tua frágil e insincera argumentação.
Vou te fazer sorrir forçado. Cansar tua boca de vontade de falar algo que se escute.
Te escutar com sorriso largo e genuíno interesse.
Vou querer saber mais e te confundir.
Vou te enfrentar.
Vou te fazer se arrepender de ter aberto novamente a porta pra mim.
Achou que eu fosse entrar quieta, né?
Achou que eu tomaria cuidado pra não fazer barulho.
Vou te fazer pagar a conta, contar os minutos pra me ver de novo.
Te deixar frágil e febril.
Te deixar menino e te cobrar tua mais viva masculinidade.
Vou te fazer carinho pra te enganar.
E desprezar tua fragilidade.
Vou viver da alegria da tua presença, mas só depois que você fechar a porta.
Só quando a porta fechar, sorrir.

Ou simplesmente te ver de longe, te sorrir num doce aceno e te deixar passar.

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