Thursday, January 17, 2008

Multiplique-se

Marina Pedrosa é meu nome. Poderia ter Craddock no meio, mas devido a um rancor familiar, ficou só Pedrosa. E só. Bem simples.
Prezo pela simplicidade de ações, atitudes e posturas. Eu e meu nome estamos muito bem alinhados. E somos grandes amigos. Gosto de ser Marina.
Há quem diga que é um nome russo, o que me remete a uma lembrança nunca vivida de uma mulher loira, alta, muito magra e de cabelos curtos.
Ou a clássica "do mar". Também simples e óbvio.
Justo eu, que não sou nada óbvia.
Do mar trago em mim a fluidez, a inconstância.
Volume e silêncio.
Tormenta.
No entanto, há que se conviver com um mundo de diferenças, sem verdades absolutas. Há que se respeitar diferentes interpretações de uma mesma realidade.
E então, com muito menos paciência do que indignação, aceito em minha casa correspondências para Marina Pedroso ou Mariana Pedrosa. Ou um, ou outro.
Raramente recebo correspondências para mim mesma, o que poderia ser usado convenientemente a meu favor:
- Mariana? Não, não é pra mim, não. Deve ser a inquilina anterior. Vai pro lixo.
Mas infelizmente minha educação britânica me condicionou a acreditar que o trabalho enobrece o homem e que minha imagem perante a sociedade vale mais do que minha essência e verdade.
A verdade é que sei que sou todas elas e mais diversas cujos nomes são para mim incertos e até desconhecidos.
Recebo a todas, quase com carinho, cuidando para que sequem as que chegam em dias de chuva. E sigo, múltipla, pelos meses e caminhos de minha vida.

1 comment:

ana rüsche said...

ah, marina linda!

que bom te ler, que bonito teu texto. agora vc está nos meus favoritos de novo e de quando em quando te visito!, eehhh!

beijinhos,
adorei teu mail