Wednesday, February 02, 2005

observações de um noite qualquer

Hoje, que não estou me sentindo nada bem, vou tentar escrever algumas coisas... talvez o físico cansado abra portas pra percepção. Se bem que já é sabido que corpo e mente andam juntos, sempre em busca de um equilíbrio saudável. Mas eu não sou tão saudável assim.
Fui numa festa de aniversário no domingo passado e vi cenas bem interessantes. Vi casais apaixonados se olhando com um olhar tão bonito e cúmplice que desejei o mesmo olhar pra mim, vi sorrisos de amizade, vi cansaço e amargura. Ouvi música que aproxima pessoas em afinidade e sintonia. Vi a música (é, eu vejo música) entrar nos ouvidos das pessoas e trazer à tona emoções contidas, guardadas ou até asfixiadas pelo contexto do real.
Fiquei pensando sobre o real e tentando buscar respostas menos óbvias, mas todas as minhas conclusões são óbvias e às vezes me espanto com minha frieza. Porque nada mais me assusta.
Meu olhar é de resignação.
Mesmo assim, meu sorriso continua belo e verdadeiro. A esperança ainda habita minha alma.
Pensei sobre o salto alto. As mulheres não vivem sem salto alto. Ele embeleza, deixa a mulher mais sexy. Mas, não raro, ele machuca o pé, faz bolha, faz mulheres menos experientes andarem como patas chocas. O salto pode quebrar. Ficamos vulneráveis.
Ou seja: violência e paixão.
Também tenho pensado muito sobre o ego. Das pessoas e meu.
Pra falar do meu ego, eu precisaria me descartar dele e olhar de fora? Ou ele pode ser um companheiro compreensivo e paciente que vai ouvir calado todas as minhas críticas? Será que é ele que tá me dando febre? Como resposta ao meu despertar e agora constante análise sobre a necessidade dele em minha vida... preciso dele, sim. Mas também sei que essa amizade pode não ser saudável.
Quero conseguir atingir aquele ponto onde pode-se viver na confusão mas, ao mesmo tempo, se manter distante dela com um olhar contemplativo à distância. Acredito que isso só seja possível quando se tem domínio sobre o ego. Quando o essencial deixa de ser a simples satisfação dos sentidos.
Em inúmeras ocasiões, lutei contra meu ego. Lutei e venci. Me despi da necessidade de ser admirada, respeitada e qualquer outra "ada" de que poderia necessitar pra me sentir bem. Pra mim foi vitória, mas como resposta tive o silêncio. Porque é difícil mesmo, conseguir perceber uma atitude nua e, ao mesmo tempo, se despir também, pra poder sentir a essência de um ato desses. Porque não basta receber. É preciso devolver o mesmo desprendimento.
Não que eu cobre essa postura das pessoas (porque a cobrança é meu ego batendo o pé como uma criança mimada "eu quero! eu quero!").
Não cobro nada, ou tento não cobrar. Como um exercício difícil de geometria analítica. Mas, assim como a geometria é pura análise racional, faço o possível para me manter atenta e tornar a tarefa simples, como a construção de uma frase.
Esse texto não tem conclusão porque ainda estou no jardim de infância da minha busca. Sou um cocozinho no mundo. Mas pretendo relatar minhas descobertas e conquistas. E os erros e enganos também.


1 comment:

mUDI™ said...

bom ....marina...
te encontrei aqui....ja que na Net a gente nao se fala...
o seu Blog esta otimo....li o que escreveu....
vc realemnte tem uma mente bem pensativa ...:)
beijos ..
obs.: sou aquele cara que sempre vai no seu trabalho (mohamed)